Quem são os cardeais brasileiros que podem votar para escolher novo papa

Segundo o Vaticano, os cardeais são guiados pelo Espírito Santo. Mas embora uma campanha pública seja proibida, a eleição papal ainda é um processo altamente político.

Com a morte do papa Francisco, inicia-se um processo longo, que passa por um período de luto e pelos rituais fúnebres, até a eleição de um novo pontífice.

Os papas são tradicionalmente escolhidos por cardeais em um processo eleitoral extremamente secreto que remonta aos tempos medievais.

Ao todo, 135 cardeais podem participar do processo eleitoral desta vez – há mais cardeais do que isso em todo o mundo, mas aqueles com mais de 80 anos não têm permissão para votar.

Os cardeais são membros sêniores da Igreja Católica escolhidos pessoalmente pelo papa. Geralmente são bispos de importantes dioceses do mundo, mas padres ou diáconos também podem ser nomeados.

Atualmente, sete cardeais brasileiros podem participar e votar no conclave para escolher o novo papa.

O Brasil tem um oitavo cardeal, o Arcebispo Emérito de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis. Porém, aos 88 anos, o religioso não é mais considerado um cardeal-eleitor.

Veja, a seguir, quem são os brasileiros que podem ajudar a eleger o novo papa.

Cardeal Odilo Scherer

Foto: Getty imagesCardeal Odilo Scherer
Cardeal Odilo Scherer

Arcebispo Metropolitano de São Paulo, o gaúcho Dom Odilo Pedro Scherer tem 75 anos e participou do conclave que elegeu o papa Francisco em 2013. Na época, Scherer chegou a ser mencionado pela imprensa mundial como um possível candidato para suceder Bento 16.

Em 2024, o cardeal encaminhou seu pedido de renúncia ao Vaticano - segundo as normas da Igreja Católica, todos os bispos devem solicitar a renúncia ao completarem 75 anos. O papa Francisco acolheu o pedido de Dom Odilo, mas requisitou que ele permanecesse no cargo até 2026.

Cardeal João Braz de Aviz

Foto: Getty ImagesCardeal João Braz de Aviz
Cardeal João Braz de Aviz

Aos 77 anos, Dom João Braz de Aviz se tornou cardeal em 2012, pelas mãos do então papa Bento 16. Também participou do conclave que elegeu Francisco em 2013.

O cardeal natural de Santa Catarina serviu até janeiro deste ano como prefeito do Dicastério para os Institutos da Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica no Vaticano, o departamento responsável por gerir todas as congregações religiosas do mundo. Aviz passou 14 anos no cargo.

Cardeal Orani João Tempesta

Foto: Getty imagesCardeal Orani João Tempesta
Cardeal Orani João Tempesta

O cardeal é Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro desde 2009. Natural do interior de São Paulo, o religioso de 74 anos faz parte da Ordem dos Monges Cistercienses. Foi criado cardeal pelo papa Francisco em 2014.

Cardeal Sergio da Rocha

Foto: Getty imagesCardeal Sergio da Rocha
Cardeal Sergio da Rocha

Arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, o religioso paulista é cardeal desde 2016. Antes de assumir a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, foi arcebispo de Brasília e de Teresina.

Em 2023, Rocha foi nomeado membro do Conselho de Cardeais, conhecido como G-9. O conselho foi instituído pelo papa Francisco para assisti-lo no projeto de reforma da Cúria Romana e no governo da Igreja. O cardeal tem 65 anos.

Cardeal Leonardo Steiner

Foto: Getty imagesCardeal Leonardo Steiner
Cardeal Leonardo Steiner

Arcebispo de Manaus, se tornou cardeal em 2022. Natural de Forquilhinha, em Santa Catarina, o religioso de 74 anos foi secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2011 e 2019.

Dom Leonardo Steiner faz parte da Ordem dos Frades Menores, também chamada de Ordem dos Franciscanos.

Cardeal Paulo Cezar Costa

Foto: Getty imagesCardeal Paulo Cezar Costa
Cardeal Paulo Cezar Costa

Atual Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa é o mais novo da lista de brasileiros que participarão do conclave, com 57 anos. Se tornou cardeal em 2022, nomeado pelo papa Francisco.

Cardeal Jaime Spengler

Foto: Getty imagesCardeal Jaime Spengler
Cardeal Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler é também o atual presidente da CNBB e do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho). Aos 64 anos, ele foi o último brasileiro a se tornar cardeal, tendo sido nomeado pelo papa Francisco em dezembro de 2024.

Como funciona o conclave?

Os cardeais devem se reunir no Vaticano entre o 15º e o 20º dia após a morte do papa, onde ficarão em acomodações especiais enquanto as eleições acontecem.

Tecnicamente, qualquer homem católico romano pode ser eleito papa. Mas desde 1379, todo papa é selecionado do Colégio de Cardeais, o grupo que vota no conclave.

Isso significa que os sete cardeais brasileiros que participarão do conclave também podem ser votados para se tornar o novo papa.

Mas, para ser eleito, um cardeal precisa receber apoio de dois terços dos cardeais-eleitores - e a votação continua até que isso seja alcançado.

Se os cardeais não conseguirem chegar a um acordo sobre a pessoa a ser eleita, a votação é suspensa por um dia de oração e discussão antes de a votação começar novamente.

Na reunião, todos eles, incluindo os aposentados, discutirão em segredo os méritos dos prováveis candidatos.

Segundo o Vaticano, os cardeais são guiados pelo Espírito Santo. Mas embora uma campanha pública seja proibida, a eleição papal ainda é um processo altamente político.

Os encarregados pela coalizão têm duas semanas para forjar alianças, e acredita-se que os cardeais mais velhos, apesar de terem menos chances de se tornarem pontífices, reúnem maior poder de influência.

Fonte: JTNEWS com informações do BBC NEWS BRASIL

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