Ex-padre americano (81 anos) foi condenado a 30 anos de prisão por abuso sexual infantil

Um ex - padre católico romano que fugiu dos EUA a décadas atrás foi condenado na sexta-feira no Novo México a 30 anos de prisão, depois que um júri que o considerou culpado de abusar sexualmente de um coroinha no cemitério de veteranos e na base militar .

Ao ordenar a sentença, a juíza norte-americana Martha Vazquez disse que foi o pior caso de abuso sexual infantil que ela enfrentou ao longo de 26 anos.

A certa altura, a juíza exigiu que o réu de 81 anos, Arthur Perrault, olhasse nos olhos de uma mulher enquanto ela testemunhava que havia sido abusada por ele.

Foto: The Albuquerque Journal via AP

Ex-Padre Arthur Perrault

A juíza também condenou Perrault por se preocupar apenas com suas necessidades sexuais.

"Você escolheu como profissão a vida de sacerdote. Era seu dever ajudar, não destruir", disse ela.

Os promotores haviam pedido a juíza uma consideração especial de uma sentença de prisão perpétua para Perrault, uma vez pastor de uma paróquia de Albuquerque e capelão da Base da Força Aérea de Kirtland.

Ele foi condenado em abril por seis acusações de abuso sexual agravado e uma acusação de contato sexual abusivo com um menor de 12 anos.

"É uma sentença longa, mas certamente adequada, dada a duração de sua conduta e seu impacto devastador", disse o advogado dos EUA John Anderson.

Perrault se declarou inocente depois que voltou para os EUA, quando estava no Marrocos em 2017 e manteve sua inocência na sentença. Sua equipe de defesa planeja recorrer.

As contagens de abuso resultaram do tratamento de um garoto na Base da Força Aérea de Kirtland, em Albuquerque e no Cemitério Nacional de Santa Fe. 

Várias pessoas que não estavam envolvidas nas acusações específicas foram autorizadas na sexta-feira a contar os abusos de Perrault e descrever sua angústia emocional e mental.

Elaine Montoya disse que seu primeiro beijo veio de Perrault no início de um relacionamento sexual de dois anos.

"Ele me convenceu de que era normal ... um presente de Deus", disse ela ao tribunal.

Charles Starzynski disse que sua primeira experiência sexual foi com Perrault, em vez de com qualquer uma das garotas que ele gostava. Ele chamou o ex-padre de vigarista preocupado apenas com sua imagem de sofisticação.

"Você é apenas um idiota", disse ele.

Em seus únicos comentários, Perrault disse que não havia feito contato visual inicial com as pessoas que testemunharam porque ele tem dificuldade de audição e estava assistindo um computador para ler as transcrições do que estava sendo dito.

Ele recusou várias oportunidades para fazer outras observações.

Perrault estava preso na época e as autoridades marroquinas decidiram honrar um mandado de prisão apresentado pelas autoridades americanas.

Perrault está entre os mais de 70 membros do clero identificados pela Arquidiocese de Santa Fé como credivelmente acusados ​​de abusar de crianças no Novo México.

A arquidiocese está em processo de falência como resultado do escândalo de abuso.

Perrault chegou ao Novo México nos anos 60, depois que oficiais da igreja em Connecticut o enviaram a um centro que tratava padres acusados ​​de abuso. Localizada nas montanhas Jemez, ao norte de Albuquerque, a instalação era operada pelos Servos da ordem religiosa Paraclete.

Os promotores escreveram em um arquivo recente no tribunal que haviam julgado Perrault em uma "pequena fração" de seus crimes, dizendo que ele tinha muito mais vítimas. No julgamento, vários homens testemunharam que ele os abusou quando crianças em seu carro, em uma reitoria da igreja e outros locais.

A vítima no centro do caso do promotor disse que Perrault o levou em excursões a parques de diversões e à base militar em Albuquerque, e o tocou de forma inadequada mais ou menos umas 100 vezes, a partir dos 10 anos.

O abuso terminou em 1992, ano em que Perrault deixou o Estado. Um advogado estava preparando dois processos na época contra a Arquidiocese de Santa Fé, alegando que Perrault havia agredido sexualmente sete crianças.