Noélia Sampaio

Advogada, professora, especialista em direito do trabalho, membro das Comissões de Direito do Trabalho e da Mulher OAB/PI, membro da Comissão feminista da ABRAT, ativista em defesa dos direitos da Mulher, co-autora do Livro: Mulheres Desvelando o Cotidiano e seus Múltiplos Desafios.
Advogada, professora, especialista em direito do trabalho, membro das Comissões de Direito do Trabalho e da Mulher OAB/PI, membro da Comissão feminista da ABRAT, ativista em defesa dos direitos da Mulher, co-autora do Livro: Mulheres Desvelando o Cotidiano e seus Múltiplos Desafios.

Pandemia x Flagelo Social

É preciso estarmos conectados ao mundo e às notícias, mas a humanidade‌ ‌é‌ mais ‌imprescindível

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para a Covid-19, uma infecção causada pelo novo coronavírus, que pode se tornar grave e/ou fatal, dependendo da pessoa ou da ocasião em que o (a) paciente é submetido (a).

Cumpre registrar que diversos países passam por esse momento crítico e seus gestores tem enfrentado de formas diferenciadas, mas quase todos recomendando o isolamento como melhor maneira de não disseminar tão rapidamente e não ocasionar o caos (É o que se tem lido em matérias publicadas por vários países).

A OMS – Organização Mundial de Saúde, é vista como o órgão competente para abalizar esse tipo de situação e em outras ocasiões  já registrou epidemia (na época do Ebola) e, com por exemplo, em 2009, também catalogou uma pandemia (no caso do H1N1).

Estima-se que o Vírus da gripe suína contaminou 3.430 pessoas no Brasil em 2019 e matou 23% delas; já o CoronaVirus, passa de 40 mil pessoas infectadas e as mortes chegam a 2.575.

Foto: g1.coom.brcovid flagelo
covid flagelo

Vivemos um momento de tensão, preocupação, medo, incertezas, porque não há registro provável de vacina ou medicação que garanta 100% a cura ou que se evite o contágio. Pior de tudo isso, as mídias, os meios de comunicação trazem as mais diversas notícias, sendo elas de cura, de contágio em massa, favoráveis ao paciente (independente de idade), mas muitas aterrorizantes e algumas ainda tida como fake News, o que é absurdamente perigoso e prejudica bastante a situação das pessoas e das comunidades. E assim‌, muita gente  passa a ‌jorrar ‌tantas‌ ‌interpretações‌ ‌errôneas‌ ‌e‌ ‌nocivas‌, inclusive, ‌desapartadas‌ ‌do‌ ‌verdadeiro‌ ‌sentido‌ ‌da‌ ‌vida.

O momento exige mais que conhecimento (informações oficiais), mas também o exercício de outras habilidades do ser humano. Exige empatia, não apenas de se colocar no lugar do (a) outro (a), mas procurar entender porque o (a) outro (a) age daquela forma, pensa daquela forma. Quais as causas que lhe leva a tomar certas atitudes ou decisões.  

Temos uma sociedade vivendo um flagelo social? Por extensão, a palavra flagelo se conceitua como: grande desgraça ou dano pessoal ou coletivo; calamidade, catástrofe, sinistro, permanência ou propagação de doença contagiosa, epidemia, praga, surto. Esse comportamento praticado pelas pessoas pode se denominar uma praga, uma epidemia?

Por que queremos tanto que as coisas aconteçam da forma que interpretamos? Por que repetimos tanto o Eu? Somos apenas seres egocêntricos?  Por que à nossa volta a dor não nos incomoda? Por que nos deixamos levar por situações, notícias, frases feitas ou por pessoas tóxicas?  Por que nossos olhos  muitas vezes ficam vendados e não conseguimos ver isso, que estamos todos na mesma tempestade, apenas em barcos diferentes? FICAM OS QUESTIONAMENTOS.

"O‌ ‌planeta‌ ‌ficou‌ ‌doente‌ ‌porque‌ ‌está‌ ‌com‌ ‌a‌ ‌“huma…nidade”‌ ‌baixa". ‌

(Texto‌ ‌colhido‌ ‌no‌ Y‌ouTube)‌. ‌

Vi essa frase e resolvi reproduzir.

É preciso estarmos conectados ao mundo e às notícias, mas a humanidade‌ ‌é‌ mais ‌imprescindível. ‌ ‌É‌ ‌preciso‌ ter discernimento, além de entender a leitura escrita de uma notícia, de um texto ou o que se houve de disseminadores dessas informações. É preciso exaltar ‌vidas, ‌ ‌ ‌valores‌ ‌humanísticos‌ ‌e‌ ‌espirituais. A essência do ser humano é tornar-se melhor.

Deixe de lado emoções ruins ou negativas, as ‌informações‌ ‌desencontradas‌ ou com um volume‌ ‌apreciável‌ ‌de falsidades ‌com‌ ‌aparência‌ ‌de‌ ‌verdade, que isso já ajuda demais para um  mundo melhor.

Nos últimos tempos, percebe-se que a intolerância e o julgamento têm se tornado padrão de comportamentos.  Já dizia Hanna Arendt “a banalização do mal rompeu barreiras éticas, morais ou religiosas, que eram alicerçadas pela caridade, pela solidariedade e pela complacência. Com esse rompimento o mal se incorporou no nosso cotidiano com a habitualidade dos fatos normais”.

Por fim, lembremos que cada um de nós somos responsáveis por praticar mudanças e melhorias nas nossas vidas e daqueles que nos rodeiam, com um olhar mais humanista, sob pena de estarmos construindo um país, além de marcado por injustiças sociais gritantes, e por uma violência nunca antes vista, uma sociedade estigmatizada também pela intolerância e pelo ódio.

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