Javier Milei, o “Bolsonaro versão tango”, conquista a presidência na Argentina
“Viva la liberdad, carajo!”, diz o presidente boca-suja no discurso de posseSim, o novo presidente da Argentina fala palavrão, bem alto, e repete sem se cansar. No discurso de vitória, Javier Milei disse três vezes o palavrão “carajo”, que não precisa de tradução. Até nisso, Milei lembra o ex-presidente Bolsonaro, que esbanjou no uso de impropérios durante os 4 anos de governo. Mas as semelhanças não páram por aí...

Com cerca de 55% dos votos válidos, o candidato de extrema direita Javier Milei, quando fala em “liberdad”, não se refere à democracia argentina, mas sim, à liberdade econômica. Ele se define como um liberal, não em questões morais, mas sim, na política econômica, ou seja, menos regulamentação, menos interferência do Estado e muito mais liberdade para a iniciativa privada.
É o oposto do que sempre defendeu a esquerda peronista, agora derrotada nas urnas para a presidência, mas ainda poderosa no Congresso. A esquerda, que será forte como oposição, sofreu uma derrota desmoralizante para um novato na política, que jamais ocupou um cargo executivo.
E a razão dessa derrota está na economia, quase no fundo do poço. O candidato do governo peronista à presidência, o Ministro da Economia Sergio Massa, não conseguiu convencer que, uma vez na presidência, consertaria uma economia que já administrava muito mal, com inflação fora do controle, moeda desvalorizada, desemprego em massa e aumento do índice de pobreza.
O ministro peronista Sergio Massa ofereceu um discurso polido, técnico, mas os argentinos optaram pelo discurso histérico de Milei, cheio de palavrões e sem planos claros de governo. Muito do que disse durante a campanha, Milei negou no último debate, dizendo que não vai mais privatizar educação e saúde, como prometia. Explosivo e sempre atento em criar manchetes na mídia, pediu também desculpas por ter dito que o Papa Francisco era o demônio sentado na cadeira de São Pedro.
No discurso de vitória, Milei acenou para todos os partidos. Afinal, só tem 8 dos 72 senadores do Congresso e vai precisar de muito apoio para aprovar qualquer mudança na economia.
O novo presidente, que toma posse em dezembro, promete resgatar a grandeza da Argentina do Século 19, quando não havia regulamentação econômica alguma. Naquela época, a riqueza trazida pela exportação de trigo e carne transformou a Argentina num país tão desenvolvido quanto as potências européias da época. O Século 20 trouxe a decadência, com golpes e muita violência política. E o Século 21 espalhou a pobreza, que agora pavimenta o caminho para a posse de Milei.
Todo conteúdo, imagem e/ou opinião constantes neste espaço são de responsabilidade exclusiva do(a) colunista. O material aqui divulgado não mantém qualquer relação com a opinião editorial do JTNEWS.
Comentários
Últimas Notícias
-
Justiça Justiça condena Latam a pagar indenização após passageira passar noite em saguão por falha em voo
-
Geral Lula se reúne com papa Leão XIV no Vaticano e destaca combate à fome e desigualdade
-
Segurança Pública Bandido morre em troca de tiros após tentar roubar fazenda no Sul do Piauí
-
Política Gestão da frota em Isaías Coelho (PI) acumula R$ 3,5 milhões em gastos sem comprovação; prefeito é multado
-
Segurança Pública Polícia fecha baile de reggae comandado por membro do Bonde dos 40 na Vila Dagmar Mazza
Blogs e Colunas
Mais Lidas
-
Geral A criança que deixei na estrada
-
Justiça Justiça condena banco por descontos indevidos em benefício de idoso em Parnaíba
-
Segurança Pública Acusado de aplicar golpe do falso advogado no Maranhão é preso em Teresina
-
Geral Ministro Barroso anuncia aposentadoria do STF dias após entregar cargo a Fachin
-
Política Ronaldo Caiado debocha de Ciro Nogueira como possível vice de Tarcísio: “é vergonhoso”