“Homossexuais têm direito a uma família”, diz o Papa
Francisco, de Roma, se parece cada vez mais com Francisco, de Assis.É uma revolução teológica nos dois mil anos de cristianismo. Desde Pedro, Papa após Papa governaram uma Igreja Católica homofóbica, baseada, principalmente, nas proibições de Levíticos - que proíbe relações homossexuais, e também que homens façam a barba ou o consumo de carne de porco ou frutos do mar. Por causa desse interpretação mais radical em relação à sexualidade que à carne de porco, a Igreja Católica e as demais igrejas cristãs dela derivadas incutiram terror aos homossexuais ao longo da história. O amor entre pessoas do mesmo sexo levou muita gente às fogueiras da Inquisição e à tortura nas masmorras. Humilhação pública e cadeia inclusive no século XX, já que a homossexualidade só deixou de ser crime em países como a Inglaterra, por exemplo, no final dos anos 1960.

Mas, agora, o Papa desafia os mais conservadores, que o cercam e que forçaram seu antecessor, Bento XVI, a renunciar por muito menos do que isso. Francisco, xingado de comunista e anticristo pelos fariseus (religiosos na aparência, hipócritas no coração) que controlam a máquina estatal da Igreja, enfrenta ataques violentos na Internet porque falou de caridade, de amor ao próximo, num documentário que leva seu nome: Francesco.
No documentário, ele diz que incentivou um casal gay com três filhos adotivos a ir à Igreja, reconhecendo-os como família, e completou:
"As pessoas homossexuais têm direito de estar em uma família. Elas são filhas de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deverá ser descartado ou ser infeliz por isso. O que precisamos criar é uma lei de convivência civil. Dessa forma eles são legalmente contemplados".
Enquanto era cardeal em sua cidade natal, Buenos Aires, Bergoglio já havia deixado claro o apoio à união civil, discutida e aprovada na Argentina. São palavras caridosas do Papa para uma minoria sempre tão perseguida, forçada a viver nas sombras, no armário.
Dessa forma, Francisco, de Roma, se parece cada vez mais com Francisco, de Assis, aquele que trocou o conforto, o status e o luxo pela caridade com os necessitados. O Francisco do nosso século nos mostra que está disposto a trilhar esse mesmo caminho da caridade. Há poucas semanas, telefonou e prestou apoio ao Padre Júlio Lancelotti, que realiza todos os dias a parábola do Bom Samaritano, ajudando os mendigos da cidade mais rica do país, São Paulo. Padre Júlio é ofendido e ameaçado por quem acha que essa caridade só serve para alimentar vagabundos. Como Santa Dulce de Salvador, Padre Júlio não interroga os sem-teto para saber se merecem ou não compaixão. Padre Júlio apenas socorre, como o Bom Samaritano fez, segundo Jesus.
Francisco reforça a fé de Padre Júlio Lancelotti e de tantos homens e mulheres que se dedicam à verdadeira caridade, ao verdadeiro cristianismo. Francisco acende a luz que indica o caminho do Bem. Vamos deixar que ela nos ilumine ou vamos apagá-la?

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