A violência entre israelenses e palestinos tem um único ganhador
A vitória é do extremismo político do líder israelense Benjamin NetanyahuForam várias provocações seguidas do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu aos palestinos, povo sem estado próprio que vive refugiado em diversos países árabes e na pouca terra de onde não foi expulsa: os territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, ambos tutelados por Israel.

Os palestinos dos territórios ocupados vivem amontoados em reservas apertadas, como os indígenas das Américas, em meio à repressão militar israelense, à pobreza e ao desemprego em massa.

Como se não bastasse isso, ainda enfrentam as provocações do primeiro-ministro da direita ultraconservadora, Benjamin Netanyahu. Desgastado pelo processo de corrupção a que responde, ele usa táticas horríveis para recuperar apoio político. Em pleno mês sagrado muçulmano do Ramadã, Netanyahu ordenou o despejo de famílias palestinas de casas onde vivem desde os anos 40 para instalar famílias judias. As casas ficam no entorno de Jerusalém, na parte que, pela partilha ordenada pelas Nações Unidas após a Segunda Guerra Mundial, caberia à Palestina independente.
Os palestinos, que foram perdendo terras para Israel guerra após guerra, também perdem em tempos de trégua. Israel cresce territorialmente com o apoio da direita nacionalista que alimenta Netanyahu após cada ato radical do primeiro-ministro. Ele provocou os palestinos e eles caíram na armadilha, respondendo como ele queria: não com protestos diplomáticos, mas com um levante popular nas ruas de Jerusalém e, na sequência, com uma chuva de foguetes sobre as cidades israelenses, lançada pelo grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Mais de mil foguetes foram disparados contra Israel, que tem o mais moderno sistema de defesa antiaérea do mundo. Quase todos foram destruídos no ar. Uns poucos atingiram cidades, matando sete civis.
A retaliação israelense veio na forma de bombardeios pesados contra o Hamas, que opera numa região muito populosa de Gaza. As bombas que destroem as bases do grupo, também derrubam as casas vizinhas. 65 mortos, na maioria civis, vão para essa conta terrível.
Mas a luta do Hamas não é de todos os palestinos. A rival OLP (Organização para a Libertação da Palestina), que controla a Cisjordânia, não entrou na briga, pelo menos não até agora. E, na verdade, o enfraquecimento da estrutura militar do Hamas interessa tanto à Israel quanto à própria OLP, que sonha em unificar novamente as forças políticas palestinas e voltar a administrar a Faixa de Gaza, de onde foi expulsa, a tiros, pelo Hamas.
Do lado israelense, cada míssil lançado pelo Hamas contra cidades, serve para calar os pacifistas e os militantes da oposição. As sirenes antiaéreas soando dia e noite fazem os moderados israelenses aderirem ao discurso de ódio de Benjamin Netanyahu. O político que caminhava para a aposentadoria, ganha, assim, novo fôlego junto ao eleitorado e aos partidos conservadores que o mantém no cargo de primeiro-ministro. O medo, o sofrimento e a morte não passam de estratégia política no jogo do maquiavélico Netanyahu.
Resta saber se Estados Unidos e União Europeia, mediadores desse conflito, terão forças para frear a sanha do primeiro-ministro israelense pelo poder.
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