Polícia Civil prende funcionário do Bradesco e empresário em Teresina

A ação faz parte da Operação Contrafeito, que apura fraude bancária milionária na capital piauiense.

Confira a relação dos presos na Operação Contrafeito, deflagrada pela Polícia Civil nessa quarta-feira (04), com objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida nos crimes de corrupção, fraude documental, associação criminosa e lavagem de dinheiro contra instribuições bancárias, em Teresina.

Dentre os três alvos de mandados de prisão temporária, dois deles foram localizados pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR): o funcionário do Bradesco, Francisco Roosevelt Tavares Leite, e o empresário José Jordan Barbosa de Lima.

A investigação do DECCOR, que culminou com a Operação Contrafeito, foi desencadeada a partir da identificação de uma organização criminosa que há tempos agia no Piauí, através de um escritório de contabilidade (Prime Contabilidade), cujo dono, dolosamente, criava CPFs e RGs fictícios com nomes de pessoas inexistentes, com o objetivo de transferir para tais pessoas a titularidade de empresas endividadas com bancos, financeiras, de forma que a dívida nunca fosse executada, frustrando assim as cobranças dos valores devidos, entre outras ilicitudes.

Com a Operação Faker, deflagrada em 2022, o inquérito trouxe novos personagens que surgiram a partir da coleta de informações dos aparelhos celulares de Elinaldo Soares Silva (Dono do Escritório Prime Contabilidade) e de seus dois Filhos, Matheus de Araujo e Silva e Ellen Marianne Araujo e Silva. A partir daí, os policiais chegaram até o funcionário do Bradesco, Francisco Roosevelt, que foi identificado em diversos diálogos com o investigado Matheus Araújo.

Ao analisar a atividade financeira dos investigados, os policias constatam diversas transações bancárias entre Matheus e Francisco Roosevelt que, deliberadamente, ocultou ganhos junto à Receita Federal.

Relatório fiscal aponta movimentação do funcionário do Bradesco

O referido fiscal, produzido pelo Laboratório Contra a Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Piauí, concluiu que o funcionário do Bradesco, Francisco Roosvelt, movimentou valores milionários no período investigado de 2018 a 2022 e, em contrapartida, declarou um ínfimo rendimento. Por exemplo: no ano de 2022, informou à Receita Federal ganhos de 28 mil reais, mas movimentou mais de 720 mil em sua conta, a partir de transações financeiras realizadas com o investigado Matheus de Araújo.

Foto: Reprodução / GP1Rendimentos declarados x créditos recebidos por Francisco Roosevelt
Rendimentos declarados x créditos recebidos por Francisco Roosevelt

Empresário emprestava conta para movimentar dinheiro do grupo

A Polícia Civil identificou que o empresário José Jordan Barbosa de Lima é titular de uma conta bancária utilizada por Matheus para fazer suas transferências pessoais. Segundo diálogos extraídos do celular de Matheus, José Jordan mantém guardada certa quantia operada pelo investigado e admite que não movimenta mais as suas próprias contas pessoais.

As conversas ocorreram justamente às vésperas da Operação Faker, deflagrada em 2022, contra Matheus e seu pai, Elinaldo Soares. Nesse período, ficou provado que José Jordan, deliberadamente, ocultava parte do montante operado por Matheus, o ajudando a "lavar" seus ganhos.

Foto: Reprodução / GP1Renda bruta declarada x movimentação em crédito em conta de José Jordan
Renda bruta declarada x movimentação em crédito em conta de José Jordan

A investigação apontou ainda que José Jordan possui duas empresas vinculadas ao seu CPF, a JJ Impacto Suprimentos de Informática LTDA e JJ Net LTDA, que, aparentemente, são de fachada e poderiam estar sendo usadas com o objetivo de esconder movimentações bancárias para "lavar" o dinheiro de Matheus.

Fonte: JTNEWS com informações do GP1

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