Nutricionista e detento são presos em flagrante por policiais penais no AP com grande quantidade de drogas
A nutricionista Letícia Kemmer, de 28 anos, foi presa na noite de sexta-feira (04) por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo no dentro do IapenNa manhã do último sábado (05/02), a gerente de cozinha do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), a nutricionista Letícia Kenya Kemmer Staut Ferreira, de 28 anos, e o detento Rafael Mendonça Góes, de 33 anos, foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
Letícia Kemmer foi presa na noite de sexta-feira (04/02) depois que policiais penais localizaram uma caixa de papelão no depósito da cozinha onde estavam escondidos 11 quilos de drogas (maconha e cocaína), 48 aparelhos celulares, um revólver calibre 38, farta munição, carregadores, chips e fones de ouvido.
Segundo relatório de 84 páginas da Polícia Federal, o carregamento foi localizado depois que um interno, alojado no pavilhão F6, teria sido escoltado, pela manhã, até o pavilhão F2 para fazer reparos elétricos. Durante a revista dele, os policiais penais localizaram um aparelho celular. Ao mesmo tempo, receberam a informação [de outros internos] que na cela de Rafael Góes havia outro aparelho e que ele havia recebido ordens para apagar as mensagens do dispositivo.
Conforme a PF, o aparelho foi localizado e a partir desse momento as informações foram sendo levantadas pelo setor de inteligência. Ao chegar ao depósito de alimentos da cozinha, os policiais requisitaram a presença de Letícia para acompanhar as buscas, mas ela já havia deixado o local antes do fim do expediente, o que gerou desconfiança. A nutricionista acabou presa no início da noite, em casa.
Eles foram levados para a sede da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Infraero II, onde Rafael se reservou o direito de permanecer em silêncio, o outro detento também permaneceu em silêncio, mas ele foi excluído do inquérito por não ter relação direta com o caso investigado.
Já Letícia Kemmer, que prestou depoimento acompanhada por dois advogados, negou envolvimento. “Trabalha para uma empresa terceirizada que presta serviço ao Iapen; Que é gerente da cozinha do Iapen, sendo responsável por todo o funcionamento do local; Que no dia 01/02/2022, no período da tarde, o carro da empresa Cozinha Gourmet, empresa para qual trabalha, realizou a entrega de uma caixa de cor marrom; Que não sabe como e quem foi a pessoa responsável por introduzir a caixa no veículo da empresa; Que viu o momento em que a caixa chegou e foi colocada por funcionários da empresa na porta do estoque; Que foi a pessoa responsável por guardar a caixa no interior do estoque da cozinha”, descreve ela em trecho do depoimento.
Letícia segue a oitiva alegando que 'Não tinha ciência do conteúdo da caixa'. "Que a caixa foi guardada no estoque da cozinha a pedido do interno Rafael Góes; Que a caixa era para ter sido levada por Rafael ainda no dia 01/02/2022, mas não se recorda do motivo pelo qual Rafael não conseguiu fazer a retirada da caixa do estoque da cozinha.”
Em outro trecho do depoimento, Letícia Kemmer revela que iniciou o contato com Rafael quando ele começou a prestar serviços de eletricista na cozinha do Iapen. Ela então afirma desconhecer porque o interno pediu para que a caixa fosse guardada no estoque.
“Que não sabe por que Rafael fez o pedido para guardar a caixa no estoque; Que as vezes Rafael costumava lhe ligar e/ou mandar mensagens pelo aplicativo WhatsApp; Que utilizava o seu telefone pessoal para falar com o interno Rafael; Que não sabe o terminal de telefone que Rafael utilizava para mandar mensagens e efetuar as ligações; Que não tem ciência de que é falta grave e/ou ilícito o preso utilizar aparelho celular; Que nas mensagens trocadas com Rafael costumava falar coisas da vida, bem como dos serviços que precisavam ser realizados na cozinha; Que somente teve ciência do conteúdo da caixa apreendida no dia 04/02/2022”, assegura ela ao término da oitiva.
No entanto, imagens do circuito interno de câmeras da área de desembarque da cozinha mostram a própria Letícia retirando a caixa de dentro do carro-baú. Ela repassa para um homem que leva até a porta do estoque. Depois, ela própria leva a caixa para dentro do depósito.
O delegado federal, Davi Sobral, diz haver fortes indícios de envolvimento da gerente de cozinha com o esquema criminoso e que as provas são substanciais. Ele representou pelos pedidos de prisão preventiva de Letícia Kemmer e Rafael Góes, que foram deferidos pela justiça e também encaminhou o caso para Polícia Civil apurar o caso na esfera estadual.
Letícia e Rafael [que cumpre pena por homicídio] foram submetidos a exame de corpo delito na Polícia Técnico-Científica (Politec) antes de serem levados ao Iapen novamente.
Fonte: JTNEWS com informações do Diário do Amapá
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