Marcado por falas polêmicas, Barroso assume presidência do STF; confira perfil

No Supremo desde 2013, o ministro toma posse em solenidade concorrida com mais de 1,2 mil convidados nesta quinta (28).

O ministro Luís Roberto Barroso assume nesta quinta-feira (28), em cerimônia marcada para às 16h, a Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) pelos próximos dois anos. Como vice-presidente da Corte, assumirá Edson Fachin. Barroso foi eleito presidente do STF pelos outros ministros em agosto, em uma eleição simbólica.

Foto: Roberto Jayme/ TSEMinistro Luís Roberto Barroso
Ministro Luís Roberto Barroso.

Isso porque a sucessão segue a ordem da antiguidade, de forma que o vice-presidente é o provável sucessor de quem ocupa o cargo atualmente, preferencialmente a quem ainda não presidiu a Corte.

A chegada de Barroso ao comando da Suprema Corte é aguardada com expectativas de mudanças, especialmente no aumento do tempo das defesas dos advogados, com suas sustentações orais, e a análise dos ministros. A alegação dos defensores, ao longo dos últimos anos, é que suas argumentações são meramente formais e não influenciam nas decisões dos ministros, que já chegam no julgamento com os votos prontos. 

Perfil

Com perfil marcado por falas polêmicas e discussões em plenário - como a que teve com o ministro Gilmar Mendes em 2018 -, Barroso deve ditar um tom próprio que se distancia da gestão pacificadora de Rosa Weber no último ano. Em março daquele ano, dirigiu-se ao hoje decano com uma fala que ficou célebre, quando provocado.

“Deixe-me de fora desse mau sentimento, você é uma pessoa horrível, mistura do mal com o atraso, com pitadas de psicopatia. Isso não tem nada a ver com o que foi julgado. É um absurdo Vossa Excelência aqui fazer um discurso cheio de ofensas, grosserias. Vossa Excelência não consegue articular um argumento, fica procurando ofender, já ofendeu a presidente, já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim”, afirmou Barroso.  

Já em 2022, perseguido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto andava por Nova York (EU), depois das eleições que deram a vitória ao presidente Lula, soltou o “perdeu mané, não amola”. Este ano, em um Congresso da UNE, em Brasília, disse, ao ser vaiado por parte da plateia, que “derrotamos o bolsonarismo”. 

Barroso foi indicado ao STF por Dilma 

Natural de Vassouras (RJ), o magistrado, atualmente com 65 anos, é doutor em direito público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e professor titular de direito constitucional na mesma universidade.

Na Universidade de Yale (EUA) fez seu mestrado, além de doutorado na Uerj e pós-doutorado na Universidade de Harvard (EUA). Atuou ainda como professor visitante nas Universidades de Poitiers (França), de Breslávia (Polônia) e de Brasília (UnB).

Autor de diversos livros sobre direito constitucional e de inúmeros artigos publicados em revistas especializadas no Brasil e no exterior, Luís Roberto Barroso fez carreira na advocacia. Foi ainda procurador do Estado do Rio de Janeiro em 1985 e, em 2013, a então presidente Dilma Rousseff o indicou para ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele se aposenta em 11 de março de 2033.

Fonte: JTNEWS com informações de Jornal O Tempo

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