Ibaneis vai à Justiça para desativar Presídio em BSB, mas esquece que foi Temer quem o inaugurou
Segundo o governador, procuradores estão debruçados e levantando a questão histórica para embasar o pedido.
Penitenciária Federal de Brasília, inaugurada pelo governo Michel Temer (MDB), na foto, o então ministro Raul Jungmann e à época a PGR, Raquel Dodge (Foto: Agência Brasil)
Governador do DF, Ibaneis Rocha - esqueceu que a Penitenciária Federal de BSB foi inaugurada por Michel Temer do seu partido (MDB) (Foto: Jacinto Teles/JTNews)
Forças Armadas ficarão no local até 6 de maio. (Foto: Igor Estrela/Metrópoles)
Bolsonaro e Sergio Moro: campanha do governo visa a dar visibilidade ao projeto defendido pelo ministro da Justiça (Foto: Carolina Antunes/Divulgação)
Ao centro, o então diretor, Cristiano Torquato, o então diretor do Estabelecimento Penal Federal (Foto: Jacinto Teles/JTNews)
O governador Ibaneis Rocha (MDB), ao afirmar na tarde da última sexta-feira (7), que ingressará na Justiça contra o decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que autoriza o uso das Forças Armadas na Penitenciária Federal de Brasília, esqueceu literalmente que a unidade penall foi inaugurada no governo Michel Temer, ou seja, do mesmo partido do governado, o MDB.
No local estão as principais lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
“Quero manter o diálogo com o presidente Bolsonaro, mas tenho minhas responsabilidades como governante e preciso agir contra essa prisão dentro da capital do país. O ideal é que essa questão seja resolvida politicamente. Mas vou à Justiça porque a população quer uma resposta”, frisou Ibaneis ao Metrópoles, sem adiantar em qual tribunal buscará a reparação.
“Entendemos que a instalação desse presídio no DF fere, principalmente, a Lei de Segurança Nacional”, disse, ressaltando o fato de não ter sido comunicado pelo Palácio do Planalto sobre o decreto presidencial desta sexta.
A incoerência do governador Ibaneis Rocha
Para o JTNEWS, as declarações do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), parece não ter a coerência necessária, haja vista que ele (Ibaneis) fez duras críticas, recentemente em Teresina no Piauí [dia 27/01], ao ministro Sérgio Moro, quando participou da Convenção do MDB.
Portanto, salvo melhor juízo, não parece razoável essa crítica de que o ministro Moro não entende de segurança pública porque inaugurou um presídio federal na capital da República, pois não teria outra opção, após o estabelecimento penal federal ter sido construído pelo "melhor presidente da República brasileira", à luz do entendimento do governador Ibaneis Rocha.
Por outro lado, a justificativa do chefe do Executivo do DF, também parece equivocada e bastante discriminatória quando diz que na capital federal não pode ter presídio que abrigue presos de alta periculosidade, enfatizando que lá [em Brasília] residem altas autoridades.
Qual a base racional para tal assertiva? Será que dentre tais autoridades algumas destas não deveriam estar confinadas na própria Penitenciária Federal? O tema é polêmico e merece uma abordagem mais acurada.
Polêmica
Ibaneis não é o único insatisfeito com os rumores de uma possível fuga de criminosos perigosos da penitenciária de responsabilidade da União instalada no DF. Nesta sexta, a coluna Grande Angular revelou que a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) disse ter visto com preocupação a decisão de Bolsonaro de mandar reforçar a segurança no entorno do presídio federal.
A entidade prometeu tomar medidas administrativas e, eventualmente, judiciais, para a transferência da penitenciária para outra unidade da Federação.
“A justificativa do governo para manter o local em Brasília sempre foi que o mesmo não prejudicaria a segurança pública externa ao estabelecimento. Porém, os recentes episódios ocorridos em relação ao PCC demonstram que a preocupação da Ordem é procedente: o crime organizado se transferiu para a capital e a segurança pública da nossa cidade está sendo afetada”, afirmou a OAB-DF.
Marcola, que é um dos chefes do PCC, foi trazido para o DF em março de 2019. A medida provocou reação do governo local. Especialmente após a revelação, feita pelo site Metrópoles, de um plano de fuga de Marcola, que custaria R$ 200 milhões.
Ao comentar o caso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que a autorização para as Forças Armadas atuarem na área externa da Penitenciária Federal de Brasília é uma medida preventiva. Segundo ele, não há “nada concreto” sobre planos de fuga.
Fonte: Metrópoles/JTNews
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