Gamer trans perdeu 85 kg com dieta low carb que avó copiou da patroa

Incentivada por uma amiga e com medo dos problemas de saúde trazidos pela obesidade, Lady Chokey, de 25 anos, mudou seu estilo de vida e perdeu peso com uma dieta low carb

O JTNEWS reproduz aqui matéria especial divulgada no portal UOL, na coluna Viva Bem. Ao final do texto, confira um plano gratuito com treinos e dietas para mudar hábitos e emagrecer.

Foto: Reprodução/Arquivo PessoalLady Chonkey, de 25 anos
Lady Chonkey, de 25 anos

Incentivada por uma amiga e com medo dos problemas de saúde trazidos pela obesidade, a gamer trans Lady Chokey, de 25 anos, mudou seu estilo de vida e perdeu peso com uma dieta low carb que a avó copiou da patroa. A seguir, ela conta como conseguiu chegar a 125 kg em um ano:

"Já vim ao mundo com um peso acima do normal. Minha mãe, que só descobriu que estava grávida no sexto mês, não fez um pré-natal adequado e engordou bastante na gestação. Nasci com 7 kg, era uma bebê muito grande, foi algo diferente na época.

Com o passar dos anos, o excesso de gordura corporal foi só foi aumentando, influenciado por questões sociais, financeiras e culturais. Meu pai era do Nordeste, veio de uma família muito humilde que passou necessidade e fome. Quando ele se mudou para o Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor, teve a oportunidade de proporcionar à nossa família acesso à comida, havia muita fartura.

Por causa do trauma que passou, ele permitia que eu comprasse tudo o que tinha vontade de comer, não havia limites. Ele podia não me dar uma roupa, mas a comida nunca negava. Meu pai era do tipo que fazia churrasco, mocotó e outras comidas pesadas todos os finais de semana. Comer nos fazia feliz e era nossa alegria diante das dificuldades trazidas pela pobreza.

Com menos de 10 anos eu já pesava 100 kg. Aos 12, a balança marcava 140 kg. Minha mãe — que também tinha problemas com sobrepeso e vivia tomando fórmulas para emagrecer — me levou em um programa de emagrecimento de uma universidade onde eu fazia acompanhamento com vários profissionais. Parte do tratamento foi tomar uma medicação para perder peso, mas sofri com os efeitos colaterais, tive alterações de humor, vivia irritada e surtei. Parei com o remédio.

Na adolescência, consegui perder 35 kg em três meses com uma alimentação low carb. Minha vó trabalhava como doméstica na casa de uma mulher que seguia a dieta e começou a fazer o mesmo cardápio da patroa dela para mim

O sonho da minha avó era me ver magra. Fiz um esforço para realizar o sonho dela e mudei a alimentação: cortei açúcar, arroz branco, feijão, massas e doces. Só tomava refrigerante zero e comia bastante carne, verduras e legumes.

Quando chegou o Natal, decidi interromper a low carb para aproveitar a ceia. Só que depois disso não consegui voltar a comer de forma saudável e minha alimentação ficou totalmente desregrada por dez anos. Obviamente, engordei...

Algumas situações contribuíram para a piora do meu quadro de obesidade: uma delas foi a separação dos meus pais. Além do impacto emocional que isso causou e me fazia descontar os sentimentos na comida, quando ia para casa do meu pai só comia besteiras: muita fast-food e comida congelada.

Outra situação foi quando mudei do Rio para Fortaleza e fui morar em uma kitnet que não tinha fogão nem micro-ondas. Dependia totalmente do delivery e só pedia coisas pouco saudáveis — sanduíches, pizzas, cerveja. Muitas vezes comia por gula e engordei 40 kg.

Já com quase 200 kg, chegou um momento em que roupa nenhuma me servia, nem os modelos plus size. Tinha uma costureira que fazia as roupas para mim. Depois de um tempo, passei a viajar para os Estados Unidos uma vez ao ano para comprar roupa. Nunca fui do tipo que me vitimizei porque a calça não servia ou porque não conseguia amarrar o cadarço. Sempre fui prática, tinha um problema e ia lá e resolvia.

Minha autoestima era baixa por estar gorda, mas eu me conformava com isso pois achava que não conseguiria emagrecer. Não me via de outra forma. Mas isso começou a mudar depois de algumas conversas com uma amiga que é modelo fitness, a Suzy Cortes.

Sutilmente, a minha amiga dizia que eu precisava de uma mudança no meu estilo de vida. Ela dizia que tinha bastante comida gostosa nesse meio saudável, que eu ia ficar mais disposta, ter saúde e minha autoestima ia melhorar.

Passei a aceitar a ideia, mas a decisão de mudar veio quando acompanhei a transformação que um coach e treinador fez no corpo da Suzy. Isso me motivou, eu me dei conta de que aquilo era possível para mim.

Minha mudança começou em abril de 2020, em um momento em todos estavam em casa por conta das restrições para conter a pandemia do Coronavírus. Eu estava pesando 210 kg e voltei a morar com minha vó e a seguir a dieta low carb que já tinha funcionado para mim.

Meu principal objetivo sempre foi perder peso para ter mais saúde e bem-estar, pois sabia que se continuasse me alimentando mal e com obesidade acabaria morrendo precocemente

Uma coisa que me impulsionou a fazer dieta e exercícios na quarentena foi pensar no choque que eu iria causar quando voltasse a encontrar as pessoas na rua após meses. Elas ficariam bastante surpresas em me ver magra.

Nos três primeiros meses, consegui perder 50 kg. Minha alimentação era saudável, tinha carne, ovos, legumes, verduras. Mas confesse que foi uma luta diária ter de me privar de comer o que eu gostava de verdade. Quando sentia uma vontade louca de doce, uma estratégia que funcionou foi começar a jogar joguinho no celular. Eu me concentrava no game e tirava o foco da comida. O desejo passava.

Como emagreci bastante, fiquei com sobras de pele, com os seios e a barriga muito flácidos. Então, passei por duas etapas de cirurgias plásticas. A primeira foi em setembro de 2020. Retirei 7 kg de pele da barriga e fiz lifting nas coxas. A segunda etapa foi em novembro, fiz a remoção de pele e gordura das mamas, braços e lipoaspiração nas costas e na barriga. Após os procedimentos, cheguei a 137 kg.

Em dezembro, iniciei um trabalho com o coach que orientou minha amiga, que me ajudou em três áreas principais. A equipe de nutricionistas dele me indicou uma reeducação alimentar, parei com a low carb e passei a seguir uma dieta que não restringe nutrientes, apenas tira do cardápio alimentos pouco saudáveis (doces, frituras, ultraprocessados, fast-food, massas com farinha refinada). Hoje, minhas refeições basicamente são arroz, frango, feijão, carne, ovos, frutas e saladas.

Passei a fazer musculação de segunda a sexta e uma vez por semana tenho acompanhamento de uma personal trainer. O coach, que é profissional de educação física, monta meus treinos e também criou um cronograma com horário estabelecido para cada atividade, desde a hora de acordar, comer e treinar.

Com essas mudanças, consegui emagrecer mais e hoje estou com 125 kg — meu objetivo é atingir 110 kg. Estou no meu auge, me sinto mais saudável e a autoestima melhorou.

O único detalhe negativo desse processo é a dificuldade de me relacionar sexualmente agora que estou magra. Sofri rejeição de alguns homens que disseram que me preferiam gordinha. Isso me deixou um pouco traumatizada e insegura e estou sem transar desde setembro do ano passado. É algo que vou precisar trabalhar na terapia para me entender melhor nessa nova eu.

Fora essa questão, estou muito feliz. Tive um aprendizado que gostaria de compartilhar com outras pessoas que estão lutando contra a obesidade. Se não foi impossível para mim emagrecer, também não será para você. É necessário percorrer um duro caminho, fazer sacrifícios e abrir mão de velhas coisas para que outras novas e muito melhores possam vir."

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Fonte: JTNEWS com informações do UOL Viva Bem

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