Gaeco deflagra operação contra esquema de corrupção e cumpre mandados no Piauí
O esquema movimentou mais de R$ 300 milhões em contratos públicos para servidores da Novacap.Na manhã desta quinta-feira (12), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a fase ostensiva da Operação Coringa, com o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão no Piauí e no Distrito Federal.

A ação foi desencadeada após investigações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) revelarem um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel envolvendo servidores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
Segundo o Ministério Público, o principal investigado é Francisco José da Costa, conhecido como “Chiquinho”, ex-diretor financeiro da Novacap. Ele teria utilizado sua posição, entre 2021 e 2022, para beneficiar empresas parceiras em contratos públicos, recebendo propina correspondente a 2% do valor dos pagamentos.
Seu modus operandi consistia em coordenar o favorecimento de empresas nos processos internos da Novacap. Em troca de propina, articulava com outros servidores a liberação acelerada de recursos públicos para as construtoras contratadas. Ainda de acordo com os levantamentos, também participaram ativamente do esquema os servidores Renato Sousa Santanna, Eliane Bonifácio de Moraes Soares, Sosthenes Oliveira da Paz e Aurélio Rodrigues de Castro.
O MPDFT também identificou indícios fortes de cartel. Empresas que se apresentavam como concorrentes em licitações agiam, nos bastidores, de maneira coordenada, promovendo um revezamento nos contratos e garantindo o pagamento de vantagens ilícitas.
Entre as empresas beneficiadas estão: Central Engenharia e Construtora Ltda; Construteq Construções e Serviços Ltda; GW Construções e Incorporações Ltda; EB Infra Construções Ltda; WF Construções e Incorporações Ltda; Construtora Artec; Belavia Comércio e Construções Ltda; NG Engenharia; Sigma Incorporações e Construções EIRELI e LAN Empreendimentos e Construções EIRELI.
Entre 2021 e 2022, essas empresas receberam R$ 316 milhões em recursos públicos, dos quais R$ 112 milhões foram liberados diretamente com a interferência de “Chiquinho”. Estima-se que o esquema tenha rendido ao ex-diretor financeiro cerca de R$ 2,2 milhões em propina.
As investigações também apontam a participação de irmãs de Francisco José e de sua esposa, Maira Bernadete, no esquema. Elas seriam responsáveis pela lavagem e movimentação de dinheiro em espécie, principalmente por meio do supermercado “O De Casa”, controlado pela esposa do investigado, ou em nome de terceiros.
A Justiça determinou o afastamento de Francisco José da função pública, o bloqueio de bens móveis e imóveis dos investigados, o bloqueio de cerca de R$ 1 milhão em contas bancárias, além da apreensão de uma aeronave e uma embarcação.
Fonte: JTNEWS com informações do GP1
Comentários
Últimas Notícias
-
Justiça Avanço no TJ-PI: perícias gratuitas fortalecem o acesso à justiça e protegem famílias vulneráveis
-
Segurança Pública Acusado de matar piauiense e esconder corpo em mala é preso em Santos (SP)
-
Política Governo Trump cita “poder militar” ao comentar julgamento de Bolsonaro
-
Política Fux cita incompetência do STF para julgar ação contra Bolsonaro
-
Política Prefeitura de Cajueiro da Praia sofre sanções do Tribunal de Contas por falhas na gestão da frota municipal
Blogs e Colunas
Mais Lidas
-
Segurança Pública DHPP prende acusado de perseguir e matar jovem em metalúrgica no bairro Gurupi
-
Justiça Diretor do Hospital São Marcos pode fazer acordo para evitar condenação em processo por desvio de milhões de reais
-
Política TCE-PI suspende pagamentos de contratos com duas empresas em Pau D’Arco do Piauí por irregularidades
-
Geral Homem morre após grave acidente de moto na cidade de Beneditinos (PI)
-
Justiça Ex-vereadora de Uruçuí faz acordo e evita processo após acidente grave com vítima lesionada