Ex-chefe de gabinete do Dr. Pessoa confessa atuação em "organização criminosa" na Prefeitura de Teresina
As declarações indicam que o esquema pode ter ramificações ainda mais amplas, atingindo outros setores.A ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Teresina, Suelene Pessoa, conhecida como Sol Pessoa, confessou nesta quinta-feira (16) sua participação em um esquema de corrupção investigado pela Operação Gabinete de Ouro, conduzida pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR) da Polícia Civil do Piauí. A oitiva também contou com os depoimentos de Mauro José de Sousa e Rafael Thiago Teixeira Ferreira, que, assim como Sol, forneceram informações consideradas cruciais para o avanço das investigações.

A operação, deflagrada na última terça-feira (14), apura recebimento de vantagens indevidas e desvio de recursos no âmbito da administração municipal. Com as confissões e novos detalhes revelados, a Polícia Civil já trabalha na ampliação do inquérito e na inclusão de novos nomes entre os possíveis envolvidos no esquema.
Os três presos confirmaram a existência da organização criminosa e implicaram terceiros nos crimes sob apuração. As declarações indicam que o esquema pode ter ramificações ainda mais amplas, atingindo outros setores da administração e possíveis operadores externos.
Na primeira oitiva realizada após a deflagração da operação, o empresário Marcus Almeida de Moura tentou minimizar o conteúdo das provas reunidas pela polícia, classificando como "comuns" as negociações com Sol Pessoa e os demais investigados. No entanto, os depoimentos mais recentes reforçam os indícios já levantados pela DECCOR e ampliam o escopo das investigações.
Entenda como funcionava o esquema
As investigações apontam que Sol Pessoa comandava toda a operação, controlando contratações, pagamentos e a distribuição dos lucros, além de exercer forte influência política sobre indicações de cargos ligados a terceirizados e prestadores de serviço. Entre 2020 e 2024, ela declarou renda de R$ 415 mil, mas recebeu mais de R$ 1,2 milhão em suas contas, provenientes de transferências de terceiros e empresas sem atividade econômica real.
Marcus Almeida de Moura, dono da MM Transportes e Turismo LTDA, atuava como operador financeiro do grupo, criando empresas de fachada, emitindo notas fiscais falsas e movimentando grandes quantias para ocultar a origem ilícita. Apesar de declarar faturamento zero em 2022 e 2023, movimentou mais de R$ 5 milhões.
Rafael Thiago Teixeira Ferreira, servidor público com três vínculos, movimentou R$ 4,3 milhões entre 2020 e 2024, realizando pagamentos pessoais de Sol Pessoa e repasses para empresas e construtoras usadas pelo grupo. Mauro José de Sousa atuava nos bastidores, realizando depósitos em espécie e garantindo que os recursos chegassem aos destinos finais sem levantar suspeitas.
O esquema operava principalmente por meio de rachadinhas, propinas e fraudes em contratos, utilizando empresas fantasmas e notas fiscais falsas. O dinheiro era lavado por meio de transferências, fracionamento de valores e reintegração a despesas pessoais, obras e investimentos empresariais, com a construtora PAVCON como um dos principais canais para escoar recursos ilícitos.
Fonte: JTNEWS com informações do GP1
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