A importância do Projeto Criar, para a difusão do conhecimento arquitetônico na formação das cidades
O projeto idealizado por alunas do curso de arquitetura da UniNovafapi, retrata em artigo científico a importância da Igreja N. S. das Mercês em Jaicós como patrimônio para a formação do Estado do PIO JTNews recebeu em sua Redação nessa sexta-feira (06), uma comissão de alunas do grupo de estudos e desenvolvimento multidisciplinar denominado 'Criar', do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário [UniNovafapi] de Teresina no Piauí.
O Grupo tem como objetivo principal promover a produção de artigos científicos, bem como a proposta de estimular o processo de aprendizagem, a partir das trocas de experiências, por meio de pesquisas fora do ambiente da universidade, trazendo crescimento pessoal e profissional.
Além das fundadoras do Criar, entrevistamos três alunas que são membros do grupo ora referenciado [fruto da orientação do projeto], que produziram um artigo sobre a cidade de Jaicós (PI), uma das mais antigas do Estado. No artigo, elas usam a arquitetura, dentro do eixo de patrimônio, para falar sobre a origem da fundação do Município e a importância da preservação da história da região.
O Criar, está subdividido em três eixos: urbanismo [trata da análise da formação de cidades através de patrimônio, do desenvolvimento e planejamento urbano e demais temas que possa englobar essa temática], patrimônio [procura mostrar para a sociedade, a riqueza que existe nessa temática, buscando a valorização e a disseminação cultural], e sustentabilidade [busca mostrar a importância da sustentabilidade no desenvolvimento profissional e nos trabalhos que engobam toda a temática que envolve o grupo criar].
JTNews: Como começou o grupo de estudo "Criar"?
Tayná Rodrigues: O grupo começou com a vontade de ajudar nossos amigos (as), até porque inicialmente éramos somente três pesquisadoras na Faculdade. Éramos quem procurava escrever e desenvolver trabalhos fora da universidade, fora da sala de aula. Então através dessa pesquisa e do anseio dos nossos amigos a querer participar, decidimos ajudá-los.
Começamos com esse grupo de estudo informal, pedimos uma sala na Faculdade, que atendeu ao pedido e começamos a convidar professores e amigos. Isso durou dois meses. Depois desse tempo, tivemos a vontade de crescer mais. Com esse crescimento, com a ajuda coordenação da faculdade, que nos deu total apoio desde o início, formalizamos o grupo e ele se transformou no que é hoje.
JTNews: Qual a importância de escrever dentro da faculdade?
Inara Carlos: Nós cursamos Arquitetura e Urbanismo, que é um curso que é muito prático. Temos disciplina de projetos em todos os semestres e a escrita, mais especificamente a produção de artigo, foi uma coisa que nos foi apresentada desde o começo. Então decidimos começar a escrever e foi criado o grupo.
Começamos a orientar pessoas, por que sabemos o quanto é importante criar um hábito de escrita, e a partir disso criar um hábito de leitura. Para quem quer seguir na carreira da pesquisa, pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado, é importante manter esse hábito e quando é iniciado dentro da graduação, é continuado mais facilmente após a saída da academia.
JTNews: Qual a importância do Criar?
Élida Damasceno: Nosso projeto é importante por ser o primeiro do curso de Arquitetura e Urbanismo da história do Centro Universitário Uninovafapi, então ele veio de uma iniciativa única. Por isso ele foi aplaudido tanto pelos professores, como pelos outros alunos. O grupo, desde a criação, têm recebido muito apoio. Nossa iniciativa de ser o primeiro foi o diferencial, o que deu uma maior visibilidade. Mostramos que eles também podem escrever, não só algumas pessoas, mas todo mundo pode. É muito gratificante poder trabalhar voluntariamente produzindo e ensinando os alunos.
JTNews: "Paróquia de Nossa Senhora das Mercês como Patrimônio para a Formação do Estado do Piauí: O Poder da Igreja na Formação da Cidade". Como vocês chegaram nesse tema?
Tamyres Cristina: Conhecemos o grupo Criar e com ele os eixos temáticos que poderíamos abordar. Como nos identificamos com a área de patrimônio, então a Maria Eduarda que é de Jaicós, sugeriu a "Nossa Senhora da Mercês". Nos sensibilizamos com relação ao patrimônio e com a questão histórica também.
Nossa intenção era mostrar a história da cidade e fazer com que a população criasse um laço, para que também pudessem proteger, porque só protegemos aquilo que amamos e só amamos aquilo que conhecemos.
Verificamos também que existiam outras edificações que tinham um valor histórico e foram derrubadas, como a residência do Padre Marcos de Araújo Costa que ficava próximo à igreja [da qual foi o idealizador]. As pessoas não sabem da importância histórica dessas construções, isso não acontece com a igreja porque ainda é usada. Agora essas casas da época colonial são vistas como ultrapassadas pelos padrões modernos.
JTNews: Sobre a fundação da cidade entorno da Igreja. O que o artigo aborda sobre a história de Jaicós?
Maria Eduarda Coutinho: Em 1833, o Padre Marcos de Araújo Costa fundou a Paróquia e a partir daí se deu a formação de Jaicós, por isso escolhemos falar da Igreja. A importância dela como patrimônio e como centro na formação da cidade, isso é visível por ser cercada de casas históricas, com arquitetura colonial.
Sobre o desenvolvimento da cidade é importante falar sobre o Padre Marcos, que foi o responsável pelo pontapé inicial na construção e desenvolvimento da cidade. Além de fundar a Paróquia Nossa Senhora das Mercês, ele atuou na educação da cidade. O padre construiu a primeira escola do Estado na Fazenda Boa Esperança, foi o berço da educação piauiense. Era poliglota e ensinava latim na escola que mantinha na fazenda. Também atuou em cargos políticos, mas o que ele amava era de ser educador voluntário e a sua vida na Igreja. Inclusive, era visto como um homem de pouca ambição para o nível intelectual e acadêmico que detinha.
JTNews: O que vocês podem contar sobre a arquitetura da Igreja?
Vanessa Cabral: Ela possui um estilo Barroco e, no Piauí, esse estilo foi difundido como arquitetura colonial e sacra. Não é particulamente rica no exterior: foi construída com materiais locais, pedra e barro. Possui uma planta simples e por sua simplicidade no exterior, supreende por ter um altar trabalhado com uma profusão de ornamentos reservados para o interior em lugares pontuais.
Como indicador da importância dessa Igreja pode se considerar o arquivo onde estão registrados todos os batizados ocorridos até o início do século, no território que abrange a paróquia, compreendendo os municípios de Picos e Paulistana.
Fonte: JTNews
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