As Enchentes, por Brandão de Carvalho

Vejo-me em instantes habitando um planeta denegrido, açoitado, destruído por insanos retirantes, numa miragem clara de um porvir um tanto alarmante, o lucro desvairado, terras revoltas, águas incontidas, bens dizimados, florestas derrubadas, casas alagadas, povo sem chão, fome, doença, descrença, miséria, uma esperança etérea solta no ar, vidas humanas e animais a sobraçar em tamanho tormento, que difunde a bondade àqueles corações sedentos! 

Foto: Reprodução

Chimarrão com as bandeiras do Rio Grande do Sul e do Brasil

Povo brasileiro, povo gaúcho, sinônimo de brasilidade, luta, coragem e destemor, sempre derramaste teu sangue por tua pátria sem exaurir o amor! Terra dos rios, lagoas, planícies e estâncias, não estamos indiferentes nem ausentes. Sofremos arduamente todos esses momentos, dando força, revitalização a esse povo, essa gente, que fez do Brasil o que ele é no presente! Povo bravo, que sangue derramou pela grandeza do Brasil nas guerras empreendidas para nos unir e nunca sermos hostil! Gaúcho, bravo povo, levanta, grita alto, ascende a fé, degusta teu chimarrão. Jamais serás esquecido, faz pulsar cada vez mais forte, este intrépido, corajoso e forte coração! Sem sermos hostil, oh povo varonil!  

Foto: Jacinto Teles/JTNEWS

Brandão de Carvalho

*Brandão de Carvalho é escritor da Academia de Letras Jurídicas do Piauí e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado.