A INVEJA como uma das mais desabonadoras atitudes do ser humano

Nosso tema de hoje será o comentário de uma das mais desabonadoras atitudes do ser humano, a inveja... Ela é torpe, indigna, patologia moral que atrai toda corrente de negatividade do homem aqui no sentido genérico.

Foto: Jacinto Teles/JTNEWS

Brandão de Carvalho é escritor e desembargador do TJ-PI

O invejoso é um ser destituído de todas as regras morais, um demolidor, um destruidor, um espírito animalesco que se contenta com as derrotas de seus semelhantes, pugna pela infelicidade dos outros, às vezes se apresentando como um lobo travestido em peles de cordeiro.

Esse é o típico invejoso que atrai energias negativas ao ponto de subverter o sucesso do outro! Vale aqui acrescentar que nem todo tipo de inveja tem uma característica propriamente negativa; quando você sente o desejo de conquistar o sucesso do outro, servindo de motivação e combustível para você progredir, isso não se caracteriza como a inveja, no sentido literal da palavra. Você não está desejando o mal ao seu semelhante, deseja apenas alcançar aquela vitória que o outro conquistou!

O invejoso é um maquinador de reprováveis intenções, impedindo a prosperidade das pessoas que geralmente o cercam, comprometendo a imagem do invejado e o diminuindo no seio social onde ele se inclui.

O invejoso sente extrema tristeza pelo bem-estar e prosperidade de quem está ao seu lado, desejando-lhe o infortúnio em todas suas pretensões. Dizem os psicólogos que esse comportamento não é aleatório, ele não vem do nada, existe uma explicação científica para tal: o cérebro do invejoso funciona numa dualidade de dor e prazer. A inveja ativa a mesma região do cérebro onde se processa a dor física, mais propriamente, o córtex singulado, onde o invejoso também é fonte de sofrimento, com manifestações que chegam a ser físicas!

O neurocientista japonês Hidehiko Takahashi, do Instituto Nacional de Ciência Radiologia de Tóqui, comprovou e demostrou o funcionamento do cérebro dos invejosos, por ressonâncias magnéticas, revelando que a inveja nasce da comparação de pessoas similares, sexo iguais, faixas etárias similares e profissão, estando intimamente ligada à um sentimento de inferioridade.

 A inveja em si, não costuma ser um problema com o outro mas sim consigo mesmo! A inveja pode se converter numa doença patológica, impelindo o invejoso a caluniar, difamar, falsear, até mesmo chegar ao cúmulo de desejar a morte do invejado.

Fizemos essa análise, porquanto existem invejosos de todas as categorias ou classes sociais, este sentimento perverso e reprovável que destrói a compreensão, a vida em comum, mesmo dentro da própria família, servindo de tropeços as lutas de alguns para conquistarem um lugar ao sol.

A inveja nada mais é do que sentir o desgosto provocado pela felicidade e prosperidade de outrem, nesse desejo irrefreável de possuir e gozar do que não lhe pertence!

*Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho é escritor, membro da Academia Piauiense de Letras Jurídicas e desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí.